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02/02/2020

Antiga Estação e a Locomotiva a Vapor da Cidadede Pedro Velho-RN





HISTORICO DA LINHA: A linha que originalmente unia a estação de Brum, no Recife, a Pureza, próximo à divisa entre Pernambuco e Paraíba, foi aberta de 1881 a 1883 pela Great Western do Brasil, empresa inglesa que tinha a posse e a concessão da E. F. Recife ao Limoeiro. Esta linha avançou até Pilar, na antiga E. F. Conde D'Eu, incorporada à GW em 1901, onde sua linha, aberta em 1883, entre outros ramais, avançava até Nova Cruz, já no Rio Grande do Norte e da E. F. Natal a Nova Cruz, que também passou à GW, na mesma época. Para ligar estas duas últimas, a GW construiu em 1904 um trecho de 45 km, formando então o que veio a ser chamado de Linha Norte. Quando ocorreu a venda da GW para a Rede Ferroviária do Nordeste, no entanto, o trecho do RN já não mais pertencia à GW, mas foi incorporado à RFN, e em 1957 tudo isso foi uma das formadoras da RFFSA. A linha está ativa até hoje sob o controle da CFN, que obteve a concessão da malha Nordeste em 1996, mas trens de passageiros não circulam mais por essa linha desde os anos 1980.
 A ESTAÇÃO: A estação de Cuitezeiras foi inaugurada em 1882 na E. F. Natal a Nova Cruz.
"Pertencia a Canguaretama. Durante a terceira década do século XIX, Cláudio José da Piedade adquiriu o sítio Cuitezeiras, à margem do Rio Curimatau, na orla da estrada realenga para o sul. Denomina a propriedade as numerosas árvores de coités, cuités, cabaços Cresentia  Cujucete, Lin. Era pouso quase obrigatório no caminho, descendo e subindo os comboios animais carregados de algodão, açúcar, farinha, abastecendo-se, dormindo, arranchando-se à sombra das cuitezeiras, comprando nas vendas que se multiplicavam. Em setembro de 1881 os trilhos prolongavam-se depois de São José do Alto (São José de Mipibu), rumando a Nova Cruz.
Em outubro de 1882, alcançaram Lagoa de Montanha. Cuitezeiras estava ligada à capital da província. O tráfego ferroviário animava a todos. A criação da vila impunha-se. Foi feita. Possuía edifício de intendência, mercado, feira Capela de Santa Rita, cemitério, os primeiros alinhamentos das ruas. Era agora o regime republicano. Cuitezeiras produzia 300 toneladas de algodão. Tinha 20 fazendas de criação, dois engenhos de açúcar, dois descascadores. Construíram uma parada"
"O transporte básico em Cuitezeiras era o cavalo, carroças puxadas por cavalos, essas coisas no interior do município. Para fora era a estrada de ferro, que já passava por aqui, essa mesma estrada de ferro que existe hoje já existia, que por sinal hoje o trem não passa. A parada era ali no Cruzeiro, pois ainda não tinha estação, a mercadoria era desembarcada lá; vinha de Natal, de Recife, da Paraíba, desse meio de mundo e era transportada de cavalo e de carroças para o comércio de Cuitezeiras (...)
A Vila Nova de Cuitezeiras crescia a partir do novo Cruzeiro – o Cruzeiro da Rua da Linha – ao longo da linha ferroviária que liga Natal/RN a Recife/PE, atualmente desativada. Nesse percurso direcionado pela linha férrea encontrava-se a estação ferroviária" (Marcos Tavares da Fonseca: Memória e História da Antiga Vila de Cuitezeiras - Pedro Velho/RN, 1861 a 1936, Universidade Federal da Paraíba, 2006).
A localidade, promovida em 1890 a município, adquiriu o nome de Pedro Velho em fevereiro de 1908, homenageando o Presidente do Estado morto dois meses antes, Pedro de Albuquerque Maranhão.



ACIMA: A estação de Pedro Velho ficava aqui. Já foi arrasada. Podem ser vistos os trilhos à esquerda, do outro lado da não asfaltada pista da rua (Foto Alexandre Bezerril, 2009).
(Fontes: Alexandre Bezerril; Marcos Tavares da Fonseca: Memória e História da Antiga Vila de Cuitezeiras - Pedro Velho/RN, 1861 a 1936, Universidade Federal da Paraíba, 2006; Wikipedia, entrada em 3/5/2009; www.pedrovelho.com, entrada em 3/5/2009; Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil, 1960; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht)