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16/12/2020

Lendas da antiga Vila de Cuitezeiras

Cruzeiro das Promessas e Choro das Crianças 

Imagens cedidas por Romildo da Pagina:

Cruzeiro das Promessas e Choro das Crianças

Este cruzeiro é o marco histórico da entrada da antiga Vila de Cuitezeiras, construído em 1862. Nele eram iniciados os cortejos religiosos, seguindo até a igreja de Santa Rita de Cássia. Contam as lendas locais que as crianças não batizadas eram enterradas em sua área externa, em decorrência disso até hoje nas madrugadas é possível ouvir choro de crianças no local. É possível observar várias pedras no muro ou em volta do cruzeiro, pois as pessoas costumavam pegar pedras, fazer um pedido ou promessa, e em seguida depositá-las no cruzeiro.


A Lenda da trilha que ligava a antiga Vila de Cuitezeiras a comunidade da Corte.

   Beco dos Ciganos – Romeo e Julieta

Imagens cedidas por Romildo da Pagina:

A trilha liga a antiga Vila de Cuitezeiras a comunidade da Corte, onde ficava o mais antigo engenho local. Anos depois, ela tornou-se palco de uma tragédia amorosa de um casal, de duas famílias ciganas rivais, como em Romeu e Julieta de Shakespeare, ocasionando um grande massacre cujas marcas podem ser vistas no local ainda hoje, como os tiros nas árvores. Durante a caminhada é possível degustar as frutas de época direto das árvores.


Igreja de Santa Rita de Cássia Construída sobre um lajeiro localizado na Rua 07 em Pedro Velho-RN

Capela de Santa Rita de Cássia

             Imagens cedidas por Romildo da Pagina: Rua 7 de Março - historia e tradição


Capela construída no alto de um lajeiro, em razão do receio de ser consumida por nova enchente do Rio Curimataú, que voltou a ocorrer em 1917 e 1924, além daquela que destruiu a Vila de Cuitezeiras e fez nascer a Vila Nova, em 1901, atual Pedro Velho, com o objetivo de transferir a Capela de Cuitezeiras para a cidade de Pedro Velho. Sua inauguração data de 10 de junho de 1955, e tem como data comemorativa de sua padroeira o dia 22 de maio.


O Pau Grande da Rua 07 em Pedro Velho se destaca como uma das maiores árvores do Rio Grande do Norte!

Pau Grande (Sumaumeira)

Imagens cedidas por Romildo da Pagina: Rua 7 de Março - historia e tradição


O Pau Grande, Sumaumeira, é uma das maiores árvores do RN, são necessárias mais de 30 pessoas para abraçar seu tronco e estima-se que pode chegar a 65 metros de altura. Originária da Amazônia, a bela e exuberante mãe da humanidade é sagrada para os indígenas daquela região. Em Pedro Velho, foi plantado por Francisco Barbosa de Oliveira. No local, existem várias lendas, dentre elas a da botija de ouro escondida e da serpente que circundava a árvore durante a noite.


Ruínas da antiga Igreja de Santa Rita de Cássia

Ruínas da antiga Igreja de Santa Rita de Cássia da antiga Vila de Cuitezeiras

Imagens cedidas por Romildo da Pagina: Rua 7 de Março - historia e tradição








Única edificação que sobreviveu a enchente do rio Curimataú, em 1901, que destruiu totalmente a antiga Vila de Cuitezeiras. Conta a história que a igreja abrigou os moradores durante a tragédia, salvando suas vidas. A construção marca o início da Vila (1861), que veio a se tornar a atual Pedro Velho. Construída em estilo Barroco, concluída por volta de 1862, guarda também um obelisco e o antigo cemitério da Vila, emancipado de Canguaretama.

04/08/2020

A história dos 30 mártires do RN canonizados pelo Papa Francisco

Em 1645, moradores dos engenhos de Cunhaú e Uruaçu, no interior potiguar, resistiram aos holandeses. Em 2017, o Papa Francisco declarou santos 30 dos 80 mortos nos massacres.


O primeiro massacre aconteceu na Capela de Nossa Senhora das Candeias, no Engenho de Cunhaú, em Canguaretama; O segundo em Uruaçu, comunidade do município de São Gonçalo do Amarante.

Tudo começou quando os holandeses tomaram a iniciativa de invadir o nordeste brasileiro para cobrar as dívidas dos portugueses que construíram engenhos com dinheiro emprestado pela Holanda.

Cunhaú

O massacre de Cunhaú, ocorrido no primeiro engenho construído em território potiguar, é considerado um dos mais trágicos da história do Brasil. Em 1645, o estado do Rio Grande (católico) era dominado pelos holandeses (calvinistas). Jacob Rabbi, um alemão a serviço do governo holandês, chegou ao engenho no dia 15 de julho daquele ano. Porém, ele já era conhecido pelos moradores da região, pois havia passado por lá anteriormente, sempre escoltado pelas tropas dos índios Tapuias.

No dia seguinte, como de costume, os fiéis se reuniram para celebrar a eucaristia e foram à missa na Igreja de Nossa Senhora das Candeias. O pároco, padre André de Soveral, começa a cerimônia. Depois do momento da elevação do Corpo e Sangue de Cristo, as portas da capela foram fechadas, dando-se início a violência ordenada por Jacob.

Uruaçu

O massacre de Uruaçu aconteceu no dia 3 de outubro de 1645, três meses depois do ocorrido em Cunhaú, também a mando de Jacob Rabbi. Dizem os cronistas que, logo após o primeiro massacre, o medo se espalhou pela Capitania. Receosa, a população tinha medo que novos ataques acontecessem.

Segundo a história, neste segundo massacre as tropas usaram mais crueldade. Depois da elevação, fecharam as portas da igreja e os fiéis foram mortos ferozmente. As vítimas tiveram as línguas arrancadas para que não fossem proferidas orações católicas. Além disso, tiveram braços e pernas decepados. Crianças foram partidas ao meio e degoladas.

O celebrante da missa, o padre Ambrósio Francisco Ferro, foi muito torturado. O camponês Mateus Moreira teve o coração arrancado. E, ainda vivo, exclamou: "Louvado seja o Santíssimo Sacramento".

Beatificação e canonização

Em reconhecimento ao feito dos Mártires de Uruaçu, em 16 de junho de 1989 o processo de beatificação foi concedido pela Santa Sé. Em 21 de dezembro de 1998 o papa João II assinou o decreto reconhecendo o martírio de 30 brasileiros, sendo dois sacerdotes e 28 leigos.

A celebração de beatificação aconteceu na Praça de São Pedro, no Vaticano, no dia 5 de março de 2000. A cerimônia religiosa foi presidida pelo papa João Paulo II.

Foram canonizados (nem todos têm os nomes identificados):

  • Pe. André de Soveral
  • Pe. Ambrósio Francisco Ferro (português)
  • Mateus Moreira
  • Domingos de Carvalho
  • Antônio Vilela Cid (espanhol)
  • Antonio Vilela, o moço e sua filha
  • Estevão Machado de Miranda e suas duas filhas
  • Manoel Rodrigues Moura e sua esposa
  • João Lostau Navarro (francês)
  • José do Porto
  • Francisco de Bastos
  • Diogo Pereira
  • Vicente de Souza Pereira
  • Francisco Mendes Pereira
  • João da Silveira
  • Simão Correia
  • Antonio Baracho
  • João Martins e seus sete companheiros
  • A filha de Francisco Dias

Reforma da Capela de Cunhaú.

Reforma da Capela de Nossa Senhora das Candeias, onde aconteceu massacre de 1645 no Engenho de Cunhaú, em Canguaretama-RN



Fonte: Imagem do Google.

24/06/2020

Igreja Matriz De Nossa Senhora Da Conceição


“A Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Canguaretama foi criada pela lei 367, de 19.07.1858 que transferia a sede da freguesia de Vila Flor para o povoado do Saco do Uruá e levava o povoado ao predicamento de Vila de Canguaretama. 

A nova Paróquia nascia sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição. Seu fundador e primeiro padre, José de Matos Silva, na época não existia um templo para os ofícios religiosos. A missa era então celebrada num armazém particular, gentilmente cedido para este fim.” 

#Fonte: (Livro: Canguaretama – Centenária – Fundação José Augusto)

02/02/2020

Antiga Estação e a Locomotiva a Vapor da Cidadede Pedro Velho-RN





HISTORICO DA LINHA: A linha que originalmente unia a estação de Brum, no Recife, a Pureza, próximo à divisa entre Pernambuco e Paraíba, foi aberta de 1881 a 1883 pela Great Western do Brasil, empresa inglesa que tinha a posse e a concessão da E. F. Recife ao Limoeiro. Esta linha avançou até Pilar, na antiga E. F. Conde D'Eu, incorporada à GW em 1901, onde sua linha, aberta em 1883, entre outros ramais, avançava até Nova Cruz, já no Rio Grande do Norte e da E. F. Natal a Nova Cruz, que também passou à GW, na mesma época. Para ligar estas duas últimas, a GW construiu em 1904 um trecho de 45 km, formando então o que veio a ser chamado de Linha Norte. Quando ocorreu a venda da GW para a Rede Ferroviária do Nordeste, no entanto, o trecho do RN já não mais pertencia à GW, mas foi incorporado à RFN, e em 1957 tudo isso foi uma das formadoras da RFFSA. A linha está ativa até hoje sob o controle da CFN, que obteve a concessão da malha Nordeste em 1996, mas trens de passageiros não circulam mais por essa linha desde os anos 1980.
 A ESTAÇÃO: A estação de Cuitezeiras foi inaugurada em 1882 na E. F. Natal a Nova Cruz.
"Pertencia a Canguaretama. Durante a terceira década do século XIX, Cláudio José da Piedade adquiriu o sítio Cuitezeiras, à margem do Rio Curimatau, na orla da estrada realenga para o sul. Denomina a propriedade as numerosas árvores de coités, cuités, cabaços Cresentia  Cujucete, Lin. Era pouso quase obrigatório no caminho, descendo e subindo os comboios animais carregados de algodão, açúcar, farinha, abastecendo-se, dormindo, arranchando-se à sombra das cuitezeiras, comprando nas vendas que se multiplicavam. Em setembro de 1881 os trilhos prolongavam-se depois de São José do Alto (São José de Mipibu), rumando a Nova Cruz.
Em outubro de 1882, alcançaram Lagoa de Montanha. Cuitezeiras estava ligada à capital da província. O tráfego ferroviário animava a todos. A criação da vila impunha-se. Foi feita. Possuía edifício de intendência, mercado, feira Capela de Santa Rita, cemitério, os primeiros alinhamentos das ruas. Era agora o regime republicano. Cuitezeiras produzia 300 toneladas de algodão. Tinha 20 fazendas de criação, dois engenhos de açúcar, dois descascadores. Construíram uma parada"
"O transporte básico em Cuitezeiras era o cavalo, carroças puxadas por cavalos, essas coisas no interior do município. Para fora era a estrada de ferro, que já passava por aqui, essa mesma estrada de ferro que existe hoje já existia, que por sinal hoje o trem não passa. A parada era ali no Cruzeiro, pois ainda não tinha estação, a mercadoria era desembarcada lá; vinha de Natal, de Recife, da Paraíba, desse meio de mundo e era transportada de cavalo e de carroças para o comércio de Cuitezeiras (...)
A Vila Nova de Cuitezeiras crescia a partir do novo Cruzeiro – o Cruzeiro da Rua da Linha – ao longo da linha ferroviária que liga Natal/RN a Recife/PE, atualmente desativada. Nesse percurso direcionado pela linha férrea encontrava-se a estação ferroviária" (Marcos Tavares da Fonseca: Memória e História da Antiga Vila de Cuitezeiras - Pedro Velho/RN, 1861 a 1936, Universidade Federal da Paraíba, 2006).
A localidade, promovida em 1890 a município, adquiriu o nome de Pedro Velho em fevereiro de 1908, homenageando o Presidente do Estado morto dois meses antes, Pedro de Albuquerque Maranhão.



ACIMA: A estação de Pedro Velho ficava aqui. Já foi arrasada. Podem ser vistos os trilhos à esquerda, do outro lado da não asfaltada pista da rua (Foto Alexandre Bezerril, 2009).
(Fontes: Alexandre Bezerril; Marcos Tavares da Fonseca: Memória e História da Antiga Vila de Cuitezeiras - Pedro Velho/RN, 1861 a 1936, Universidade Federal da Paraíba, 2006; Wikipedia, entrada em 3/5/2009; www.pedrovelho.com, entrada em 3/5/2009; Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil, 1960; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht)






Ponte Sobre o Rio Curimataú


Ponte de Linha Férrea Sobre o Rio Curimataú, Localizada sobre o rio Curimataú que corta á cidade de Pedro Velho-RN. 

25/10/2018

IGREJA MATRIZ DA CIDADE DE PEDRO VELHO/RN - IMAGENS DO RN

            Foto: Kal Fernandes

A HISTÓRIA DA IGREJA MATRIZ DE PEDRO VELHO - RN
Aos 03 de outubro de 1918, sua Excelência Reverendíssimo Senhor Bispo Diocesano, Dom Antonio dos Santos Cabral, achando-se desde a primeira festa nesta Vila em visita Pastoral, e comunicou-me verbalmente capelão do lugar e encarregou-me da construção da futura matriz, sob a palestra e explicação do Padre Fernando Nolte da Sagrada Família, residente em Natal. Nessa época havia uma Capela-Mor, feita de tijolos, um altar velho de madeira com a imagem do Padroeiro São Francisco de Assis, no corpo da igreja havia uns alicerces feitos em 1909, pelo então vigário da Penha Francisco de Almeida e uma Grande latada de palha de coqueiro. Tratei logo de adquirir dinheiro e material para começar o serviço de pedreiro em maio de 1919. Tendo sido confiado o trabalho pelo Padre Fernando Nolte ao mestre Estevão Manoel, de nacionalidade grega, sendo aproveitados os alicerces e marcando mais dois alicerces para as duas torres. Em fim de julho foi suspenso o trabalho por falta de tijolos, e somente em março de 1920, recomeçou sob direção do pedreiro José Cândido da Silva que, com o seu sobrinho Antônio Cândido continuaram até outubro do mesmo ano, quando foi novamente suspenso o trabalho por falta de dinheiro e materiais, ficando as paredes na altura entre quatro e seis metros parece mais ou menos. Em fevereiro de 1922, sua Excelência o senhor Bispo Dom Antônio dos Santos Cabral, lançou um decreto criando a Paróquia de São Francisco de Assis de Vila Nova, nomeando-me o primeiro vigário da nossa Paróquia.
Nas grandes enchentes do vigoroso inverno de 1924, as paredes da Capela-Mor e as feitas do corpo sofreram grandes rachões, desanimando o Capelão e o povo, para a continuação dos trabalhos, que devido à grande crise de dinheiro, contratei, no dia 17 de novembro de 1924, com o mestre pedreiro Manoel Carvalho, conhecido por mestre Nezinho, a conclusão do corpo da igreja. Aproveitei o material das duas torres rachadas e comecei o alicerce de uma só torre no meio, por oito contos de réis, e continuei o trabalho como o mesmo mestre Nezinho.
Achando-se a matriz limpa inteiramente e estando aqui visita pastoral o Senhor Bispo Dom José Pereira Alves, no dia 14 de janeiro de 1925, às oito horas da manhã, sua Excelência reverendo com a bênção solene da matriz e do Altar-Mor, sendo celebrada em seguida a missa presidida pelo ritual.
Aos quinze dias de dezembro de 1927, contratei o mesmo mestre Nezinho para a conclusão da torre e limpeza das paredes internas e externas, sem os assoalhos ou pisos por quinze contos de reis. Ainda com o mesmo mestre fiz dois contratos; o primeiro para a construção das calçadas laterais e o segundo para a construção do patamar. O mestre não concluiu os serviços, sendo terminado pelo pedreiro Antônio Cândido.
No decurso desse trabalho, fiz grandes sacrifícios, encontrei auxílios de pessoas dedicadas e também muitos injustos e ingratos que me fizeram experimentar várias contrariedades.
 Declaro por ocasião de aperto que pude salvar os pagamentos. Empreguei nas obras da Matriz por consenso de Monsenhor Alfredo Pegado Vigário Geral, trezentos mil réis na Capela de Santa Luzia do Ingá, e em outra ocasião idêntica quatrocentos mil réis na capela de santa Rita de Cuitezeiras, devendo a Matriz satisfazer essas importâncias, se as capelas encontrasse em trabalho.
Tendo adoecido e não podendo concluir os trabalhos de madeira da Matriz e nem a sua paramentação devido ao indiferentismo do povo, sua Excelência o Senhor Bispo Diocesano Dom Marcolino Dantas me aconselhou deixar o paroquiado, que hoje faço porque recebi um cartão do Monsenhor Alfredo Pegado me avisando que tinha nomeado o vigário daqui Padre Ambrósio Silva.
Sobre o patrimônio da Matriz de Vila Nova o que ela tem justamente é um Altar-Mor com as imagens de São Francisco de Assis, Padroeiro, São Sebastião e Santa Teresinha. Um altar de madeira com três imagens: O Coração de Jesus, Nossa Senhora da Conceição e São José. Um altar novo de madeira com duas imagens já compradas: Nossa Senhora Auxiliadora, Santa Ligia e outra já encomendada. Uma imagem pequena do Coração de Jesus e uma de Nossa Senhora do Perpetuo do Socorro, duas banquetas de metal brando com os referidos crucifixo, cinco paramentos brancos, encarnado (vermelho), rosa e preto, quase todo já acabados, uma lavraria pequena, um cálice, dezesseis toalhas de altar, oito de mãos e outros.

Vila Nova, 10 de Maio de 1935.
Padre Leôncio Fernandes Costa