O homem que deu a origem ao nome da cidade de Pedro Velho RN
No dia 27 de novembro ocorreu os 165 anos de nascimento de Pedro Velho de Albuquerque Maranhão, o chefe da propaganda republicana, o organizador das novas instituições, o seu primeiro governador eleito, o chefe da quase unanimidade do seu povo por 18 anos a fio, sem um minuto sequer de quebra ou apoucamento do seu prestígio que inabalável se conservou até ao dia de sua morte aos 9 de dezembro de 1907.
Médico, professor do Atheneu Norte-rio-grandense, abolicionista, fundou em 27 de janeiro de 1889 o partido Republicano do Rio Grande do Norte e em 1º de julho de 1889 fez circular o primeiro número do jornal “A REPÚBLICA” – órgão do PR. Foi deputado federal (1890 a 1893 e em 1896), governador em três períodos: 17/11/1889 – 6/12/1889, 19/9/1890 – 8/11/1890 e 28/2/1892 – 31/10/1895, senador da República (1897 a 1906 e de 1906 – 1907), sendo o chefe político mais poderoso do Rio Grande do Norte no início da República.
Pedro Velho descendia de nobre estirpe, de uma daquelas famílias ilustres que, desde o período colonial, por motivo de serem proprietários da terra uma, por motivo de maior cuidado com a educação dos seus componentes outras, sempre detiveram, através de muitos dos seus filhos, os postos de comando político e direção social. Os Albuquerque Maranhão foram, no nordeste, um dos ramos mais mais férteis dentre tais grupos familiares.
imagem feita no jardim direito que existia na casa grande, onde aparecem, em pé: Sérgio Luís Carlos de Albuquerque Maranhão, Joaquim Cipião, Pedro Avelino. Sentados: Petronila Pedroza, Pedro Velho, Débora Carolina, Amaro Barreto Filho, Adelino Maranhão e Augusto Severo, 1882.
No Rio Grande do Norte os Albuquerque surgiram e afirmaram varonilmente, através da história, com Jerônimo de Albuquerque, o seu primeiro capitão-mor, e com André de Albuquerque Maranhão, famoso na revolução republicana em 1817, duas figuras máximas na história do nosso estado, no período embrionário da formação da nacionalidade.
Nascido aos 27 de novembro de 1856, na Rua do Comércio, atual Rua Chile, n. 178 (Correios), no bairro da Ribeira, em Natal, filho de Amaro Barreto de Albuquerque Maranhão e de Feliciana Maria da Silva Pedroza, esta filha de Fabrício Gomes Pedroza, senhor de engenho e grande comerciante em Macaíba e de Dona Luiza Pedroza. Era neto paterno de Izabel Cândida de Albuquerque Maranhão (de Nazaré da Mata/PE) e Pedro Velho do Rego Barreto e materno de Fabrício Gomes Pedroza (fundador da cidade de Macaíba e da Firma Fabrício & Cia., em Guarapes) e de Maria da Silva e Vasconcelos.
Formação
Sua meninice se desenvolveu entre os municípios de Natal, Macaíba e Canguaretama, notadamente no engenho Jundiaí e em Guarapes. Foi alfabetizado pelo professor Antônio Ferreira de Oliveira.
Estudou inicialmente em Natal, Ceará-Mirim e Guarapes; depois, começou o secundário em Recife, no Ginásio Pernambucano, e concluiu-o em Salvador, na Bahia, no famoso Colégio Abílio, dirigido pelo Barão de Macaúbas, passando, concluída a formação ginasial, a frequentar a Escola de Medicina daquela Província, da qual se transferiu no 4º ano para o Rio de Janeiro no terceiro ano acadêmico, interrompendo os estudos para viajar à Europa com vistas a tratamento de saúde.
Ao retornar, ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e completou o período universitário, formando-se em 1881.
Foi casado com a sua tia materna Petronila Florinda Pedroza, filha do terceiro casamento de seu avô Fabrício Gomes Pedroza com a sua tia Luíza Florinda Barreto de Albuquerque Maranhão, irmã de Amaro Barreto. O casamento foi celebrado na então corte do Rio de Janeiro, aos 27 de abril de 1881 na matriz de São José, próxima ao Paço Imperial, conforme certidão que segue: