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18/10/2011

O r i g e m d o s M a s s a c r e s

Crise comercial e revolta
Em 1645 o clima no Brasil holandês era tenso. Portugueses e brasileiros iniciaram o levante que expulsou os holandeses
Os  episódios dos massacres de Cunhaú e Uruaçu ocorrem em meio ao levante de colonos portugueses e brasileiros contra o domínio holandês. A insurreição teve bases econômicas. Após um período de relativa paz e prosperidade em Olinda e Recife, os preços do açúcar começam a cair no mercado de Amsterdam. Senhores de engenho e lavradores da cana de açúcar tinham contraído empréstimos junto a Companhia das Índias Ocidentais e se viram sem ter como pagar os débitos Comerciante se acionistas executaram as hipotecas, terras e engenhos foram perdidos, boa parte do capital existente na colônia voltou para a Holanda, o movimento dos navios caiu.
Aos efeitos da crise comercial, que começou em 1638 e agravou-se em 1642, juntaram-se fatores que, mesmo já existindo antes, tinham ficado mais ou menos equilibrados durante o clima de paz e tranqüilidade do período anterior: a incompatibilidade entre o catolicismo luso-brasileiro e o calvinismo holandês, a contradição cultural das tradições rurais da colônia e o urbanismo dos invasores, o encorajamento com a Restauração do trono em Portugal (1640) e a reconquista do Maranhão (1643).
O fato é que em 1645 a revolta, liderada por André Vidal de Negreiros, João Fernandes Vieira e outros donos de engenhos e de propriedades confiscadas. O governador da Bahia, Antonio Teles da Silva, prometeu tropas lusas, mas o grosso do exército rebelde foi formado mesmo pelos cotigentes de negros sob o comando de Henrique Dias e de índios, liderados por Antonio Felipe Camarão. A luta começou em 13 de junho de 1645, com João Fernandes Vieira se rebelando no Recife, depois de ter sido delatado às autoridades holandesas. Foi de único uma luta de guerrilhas, com luso-brasileiros e holandeses empregando as mesmas táticas dos anos da invasão: terra arrasada e terrorismo junto à população civil.